sábado, 16 de dezembro de 2017

FHC Diz Que Não Vai Atirar Pedras Em Lula E Que Criminalizá-Lo É Papel Da Justiça


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (14)
que não é papel de qualquer político criminalizar o também ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeo divulgado por ele nas suas redes sociais, o líder
tucano afirmou que “sem de antemão estar perdoando”, não se deve “estar jogando
pedra antecipadamente” no petista.

Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em julho deste ano
pelo juiz federal Sergio Moro na ação penal que ficou conhecida como caso tríplex.
O julgamento do recurso da defesa do ex-presidente contra a sentença foi
marcado para o dia 24 de janeiro.
Caso seja condenado pelos desembargadores que compõem a 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal
da 4ª Região), o ex-presidente e pré-candidato do PT as eleições de 2018 ficará inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

“Acho que é muito importante nesse momento, em que todo mundo joga pedra em
todo mundo, que nós tenhamos um certo equilíbrio e saibamos separar, sem nos
comprometer e sem de antemão estar perdoando, e também não estar jogando
pedra antecipadamente”, afirmou FHC.
Fernando Henrique Cardoso disse ainda que não se deve apostar na criminalização
de Lula para vencer as eleições do ano que vem e que não lhe parece ser “um
espantalho” que o petista seja derrotado nas urnas, devido a sua “maior fragilidade”.
“Reafirmo que o presidente Lula perdeu para mim duas vezes em eleições e no
primeiro turno. Então eu dizia para o PSDB que não me parece que seja um
espantalho derrotar alguém que nessa situação atual tem maior fragilidade do que
teve no passado”, disse.

O tucano gravou o vídeo para explicar as declarações dadas por ele na semana
passada durante a Convenção Nacional do PSDB, que elegeu o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin, como presidente da sigla. Na ocasião, FHC afirmou que
preferia ver Lula na disputa eleitoral a vê-lo preso

“Eu não estou querendo nem absolver, nem condenar ninguém. Eu posso
condenar, e condeno, os erros políticos, os malfeitos políticos, a corrupção que se
sistematizou, mas imputação pessoal de crime não é papel de líder político, é papel
da Justiça”, disse.

Fonte: MBO