quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A ambição pelo poder

Ao longo dos anos podemos observar que os homens perseguem o poder, e para consegui-lo, fazem qualquer coisa. No município de Pedra Preta não é diferente, pois aqui, numa cidade de quase 3 mil habitantes, o poder é colocado acima de tudo e de todos.

Falando em Pedra Preta e em ganância por poder, citamos a "Família Mendes". A cidade que completa 52 anos próximo dia 19 de Janeiro, passou praticamente duas décadas em poder de uma família só.

Para o leitor entender melhor, vamos fazer uma retrospectiva dessa história política desde seu início.

O poder político exercido pela família Mendes começou com o seu patriarca político, o Sr. José Mendes da Silva, conhecido por Dedé Mendes. O mesmo foi prefeito pela 1ª vez em 1988, onde sendo na época vereador e Presidente da Câmara Municipal, conseguiu o apoio do grupo do PMDB e se elegeu prefeito. Logo após o falecimento do seu padrinho político, o saudoso Francisco Salviano Xavier (Sabino), em 1996 Dedé Mendes assumiu a liderança do PMDB no município, começando assim uma hegemonia política que perduraria por muitos anos.

Em 1996, o então candidato a prefeito e líder do grupo oposicionista, tendo uma situação completamente desgastada da situação, venceu as eleições e a partir de 1997 assumiu um novo mandato, dessa vez sem precisar dividir sua liderança política dentro do grupo com ninguém, sendo ele o "REI" que ditava as regras e determinava o que queria dentro do grupo, isso tudo através da força do poder, juntamente com sua família (esposa, filhos, irmãos, cunhados, sobrinhos...) controlava todos os setores da repartição pública, nomeando seus parentes e afins para praticamente 100% das secretarias existentes na administração municipal.

De forma sistemática e ordenada, a família dominou e controlou cada passo das lideranças municipais, tornando sua reeleição no ano de 2000, uma das mais fáceis de toda a história do município de Pedra Preta.

A partir deste terceiro mandato, a hegemonia se aflorava cada vez mais e com um discurso fascista, Dedé usou o seu partido como fonte para se perpetuar no poder.

Lendo a história, entenderemos a função do partido dentro do plano de domínio tramado para se manter no poder.

Dedé já pensando na eleição de 2004, colocou em prática o plano da candidatura única, fez um convite ao então líder da oposição na época para o mesmo se unir ao grupo de situação, fechando assim as portas para uma candidatura de oposição que pudesse colocar em risco os planos da família, impostando um Mendes para sucede-lo. Esquecendo o discurso feito aos aliados que o candidato do PMDB seria quem o povo escolhesse, foi lançada a candidatura do seu sobrinho Gilvan, desagradando algumas lideranças fortes que eram contrárias a decisão, formando assim uma nova oposição no município.

Após vários processos e uma cassação, Gilvan Mendes mesmo com o nome pesado, não abriu mão de sua reeleição em 2008 e Jadson Mendes (filho de Dedé) foi eleito vereador.

Em 2012, após inúmeras tentativas de emplacar seu filho Jadson como candidato a prefeito, Dedé não obteve sucesso, mas mesmo assim, conseguiu colocar sua filha Jadna Mendes como candidata a vice e eleger Jadson para o segundo mandato de vereador.

Como sabemos, a oposição venceu as eleições em 2012 para prefeito e a família teve que se contentar só com a reeleição de Jadson.

Em 2013 mesmo sem a família se manter no poder executivo, Jadson eleito vereador e com o mesmo objetivo do pai, conseguiu de forma questionável no mesmo dia e na mesma hora se eleger presidente do Legislativo pelos 4 anos consecutivos, assim evidenciando mais uma vez o desprezo, a falta de consideração e de respeito aos demais vereadores eleitos dentro do seu grupo político.

Resumindo, podemos até dizer aquele velho ditado popular, "FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É".


Fonte: Pedra Preta em Ação.