quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Projeto Trilhas na Escola, da UFRN, quer garantir na prática, inclusão de pessoas com necessidades especiais

Incluir socialmente estudantes com necessidades especiais a partir dos atos e não apenas das palavras. Esse é o propósito do projeto Trilhas na Escola, iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que realiza, a partir de 2015, ações em colégios públicos de Natal conduzidas por alunos portadores de necessidades especiais.

O programa conta com oito universitários bolsistas: três deles apresentam deficiência auditiva, dois possuem deficiência visual e dois são autistas. Em novembro, a Escola Berilo Wanderley, no Conjunto Pirangi, recebeu uma atividade piloto do projeto. Entre outras ações, foram promovidas palestras sobre acessibilidade, bullying e alimentação saudável, além de oficinas e peças teatrais.

O estudante Bruno Luan ministrou oficinas de rádio e de photoshop, e participou da palestra sobre acessibilidade. Portador de autismo, Bruno afirma estar satisfeito com o projeto. “A inclusão social é um tema que muitas vezes é jogado para debaixo do tapete e não é discutido. Essa oportunidade que a Universidade proporciona é importante para que o assunto possa ganhar um fluxo maior, pois a exclusão ainda é muito presente”, analisou.

Fabíola Macedo foi intérprete de Libras dos bolsistas surdos, e encarregou-se de traduzir para o público as mensagens que os universitários apresentavam em seus trabalhos por meio da Língua de Sinais. “Procuramos fazer um evento bem diversificado, com atividades esportivas e artístico-culturais, para mostrar que a pessoa com deficiência pode estar presente em todos os setores da sociedade", explicou Fabíola.

Lúcia Regina, diretora do Berilo Wanderley, comentou que o evento trouxe mais conhecimento sobre a inclusão social. “O projeto oferece um olhar diferente. Depois que eles passaram aqui, percebemos que precisamos promover condições de acesso, de participação e de aprendizagem aos alunos com deficiência”, declarou.

Em uma época em que o respeito à diversidade e ao direito à participação social de cada pessoa têm emergido como questões éticas, a discussão sobre a inserção social reivindica uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse contexto, o Trilhas na Escola pretende refletir com professores e alunos sobre as práticas de combate à exclusão, além de fomentar entre os participantes a cultura da inclusão.

Dirigidos pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e orientados pela Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE), os encontros deverão acontecer aos sábados em instituições de Ensino Médio da capital potiguar. A ação quer mostrar que pessoas com necessidades especiais são capazes de realizar trabalhos como qualquer outra.

"Todas as oportunidades que possam aglutinar e permitir o exercício da acessibilidade são sempre importantes. São uma maneira de aprendermos juntos e acharmos soluções para dificuldades. É um grande desafio", comentou a coordenadora do projeto e pró-reitora adjunta de Extensão da UFRN, professora Maria da Conceição Fraga.


Boletim Especial da UFRN.