Após reunir a cúpula da Segurança
Pública na tarde desta quinta-feira, 21, o governador Robinson Faria anunciou a
mudança do comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. Os novos
comandante-geral e subcomandante, entretanto, ainda não foram definidos. A
previsão é que o anúncio dos nomes seja feito amanhã, 22.
“Apesar da boa
vontade e da honestidade, a Polícia Militar não se adequou na velocidade que a
população e o governador esperavam no combate à violência”, justificou
Robinson, realçando que mais mudanças podem ser determinadas a partir de
resultados.
“Daqui para a frente, serei
bem rigoroso no cumprimento de metas. E quem não cumprir as metas será afastado
de seu cargo. Se não tiver eficiência, eu terei que mudar e mudarei até
acertar”, apontou o líder do Executivo, assinalado que a Segurança Pública é
uma prioridade para a sua gestão. “Eu tenho obrigação como governador do
Estado de tentar romper com essa onda de violência. Hoje o povo já não se
conforma de ouvir do governadorou da secretária que
os números estão melhores que o de anos passados. O que vale é a percepção de
segurança”.
Sobre as fugas
recentes dos presídios potiguares, o governador afirmou que as motivações estão
sendo apuradas, mas já determinou que, a partir de amanhã, em nenhuma guarita
de qualquer penitenciária falte policial. “Se faltar será desobediência ao
governador. Ao comandante em chefe das forças armadas”.UNIÃO
Durante o encontro
que reuniu Polícia Militar, Polícia Civil e agentes penitenciários, o
governador convocou os representantes de cada instituição para abrir o diálogo
com a Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Ministério Público.
"Vamos todos participar, cada um dar a sua contribuição. Vou sugerir
reunião com a presença de todos os poderes do nosso estado. Cada um dos
comandantes e delegados presentes vai encaminhar relatório com sugestões, por
escrito, para melhorar sua área de atuação”, assinalou.
A reunião realizada
na Escola de Governo Dom Eugênio Sales buscou discutir ações e ouvir dos
agentes públicos os desafios de cada categoria e sugestões para minimizar a
sensação de insegurança da população. “Eu não sou um governador de
gabinete. Eu saio nas ruas para ouvir o que a população tem a dizer e,
ultimamente, a maioria absoluta das reclamações que ouço são em relação à
segurança pública. E isso me incomoda muito como governador”, afirmou Robinson
Faria, que ressaltou algumas ações realizadas para a valorização do
profissional da segurança.
“Fiz a maior promoção
da história da Polícia Militar. Na Polícia Civil, a mesma coisa. Equipamentos
não estão faltando. Diária operacional não falta. Por que não estamos
conseguindo o resultado esperado?”, indagou o governador. Ao lado dele, estavam
a secretaria de Segurança, Kalina Leite, o adjunto Caio Bezerra, e o procurador
geral do Estado, Francisco Wilkie.
Numa conversa bem aberta, os policiais e agentes pediram a palavra.
Entre as questões apontadas, se repetiram em algumas falas a facilidade com que
os presos e menores apreendidos são soltos, em razão de brechas judiciais. Além
disso, a superlotação dos presídios e o déficit do efetivo de policiais civis e
militares, o que deve ser amenizado com concurso público já autorizado pelo
governo.