segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Insa lança publicação sobre o panorama do esgotamento sanitário no Semiárido brasileiro.

A obra é resultado de pesquisas realizadas através de parceiras do Insa, Ufersa e IFBaino. Está disponível para download no Sistema de Gestão da Informação e do Conhecimento do Semiárido Brasileiro (Sigsab) e no site do instituto.
O Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançou a edição eletrônica do livro “Esgotamento Sanitário: Panorama para o Semiárido brasileiro”. A publicação está disponível para download e traz as principais características dos sistemas de esgotamento sanitário da região.
Dentre seus objetivos, o livro poderá subsidiar a realização de estudos e pesquisas na temática, contribuir com o planejamento de ações voltadas para a universalização dos serviços de água e esgoto, na definição de políticas públicas para esse setor, e na avaliação dos investimentos público e privado necessários.
A obra utiliza dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do próprio Insa. A produção recebeu ainda colaboração de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBAIANO).
Coleta e tratamento
Dos 1.135 municípios da região, apenas 243, ou seja, apenas 21% das sedes municipais, realizam a coleta de esgoto sanitário. Nesses que coletam, o serviço ainda não consegue atender a toda população envolvida, pois menos da metade (44%) é beneficiada. Isto quer dizer que, das mais de 7,3 milhões de pessoas que vivem nestas áreas, só cerca de 3,2 milhões são devidamente atendidas. Essa percentagem de população urbana atendida é inferior à média nacional, que alcança 55,5% de atendimento à população urbana.
 A situação se torna ainda mais crítica quando se observa que mesmo os municípios que possuem coleta de esgoto sanitário, 21% deles não realizam o tratamento. Ou seja, estes volumes coletados são lançados diretamente em valas a céu aberto ou em corpos hídricos. Esta atitude expõe a população a diversos tipos de problemas de saúde (existem mais de 100 doenças que podem ser causadas por falta de saneamento), além de agredir o meio ambiente.
Reúso de águas e perspectivas
A coleta e tratamento de água, sendo os dois fatores mais importantes do saneamento básico, são pontos fundamentais para considerar uma região como desenvolvida. As melhorias de vida oriundas destes serviços podem ser notadas principalmente na saúde da sociedade, redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na renda do trabalhador, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos.
No contexto do Semiárido brasileiro, o sistema de esgotamento sanitário possibilita ainda uma alternativa para minimizar os efeitos das grandes estiagens, que é o reúso de águas para fins agrícolas. Contudo, a universalização dos serviços de saneamento básico é uma realidade que ainda não pode ser contemplada de forma eficiente no Semiárido.
Imagine-se 423 milhões de m³ de água sendo jogados fora. Esta é a quantidade de esgoto que é produzida anualmente na região e que após sua coleta e tratamento (atualmente se tratam 89 milhões de m³), poderia representar uma fonte permanente de água e nutrientes necessários para o crescimento das plantas. Estes insumos indispensáveis impulsionariam o desenvolvimento da agricultura da região semiárida, sobretudo no que diz respeito às plantas de potencial forrageiro.
Informação para o desenvolvimento
 Ao disponibilizar para a sociedade este amplo conjunto de informações, a publicação pretende fortalecer o conhecimento público acerca do assunto, contribuindo para criar políticas públicas na área e objetivando melhorias, ampliação e a universalização do saneamento básico da região. O livro está disponível para download no Sistema de Gestão da Informação e do Conhecimento do Semiárido Brasileiro (Sigsab) e no site do Insa.
Esta é a segunda publicação de uma coleção sobre recursos hídricos que surgiu a partir de um estudo prospectivo do potencial agrícola no Semiárido. O primeiro livro é chamado “Abastecimento Urbano de Água: Panorama para o Semiárido Brasileiro”, lançado em 2014, e também está disponível para download. A coleção será concluída com a publicação do livro “Reúso de águas: Potencialidades para o Semiárido brasileiro”, que está em fase de construção.

Fonte: Assessoria de Comunicação