quarta-feira, 30 de julho de 2014

Fluxo de turistas no RN depende de incentivos

A perspectiva do Consórcio Inframérica é de que só daqui a um ano o novo Aeroporto Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, possa operar o seu primeiro vôo internacional. “Qualquer planejamento de rota para Natal, seria uma coisa pra o segundo semestre de 2015, nada acontecerá antes e se conseguir algo, sinto que o nosso trabalho e de nossa equipe está bem cheio”, disse o diretor comercial para Negócios Aéreos da Inframérica, Roberto de Oliveira Luiz, depois de falar, ontem à tarde, na 50ª Reunião do Conselho Estadual de Turismo (Conetur).

Mesmo assim, Roberto de Oliveira afirmou que o planejamento de um vôo internacional requer pelo menos dois anos, porque tem de levar em conta estudos matemáticos e científicos de rotas, a frota e a tripulação que possuem uma companhia, comprar ou tirar avião de outro destino: “Então, esse trabalho leva bastante tempo”.

Conselho Estadual discute com executivo da empresa que administra Aeroporto Aluízio 
Alves perspectivas para o turismo potiguar (Foto: Jean Fábio).
Roberto de Oliveira admitiu, ainda, que pelo fato de o número de passageiros domésticos ter caído no Rio Grande do Norte, nos últimos anos - “Todo mundo vê, são dados públicos e a gente tem de incentivar esse tráfego” -, é importante, por exemplo, a redução da alíquota do ICMS, que hoje é de 17% para algo em torno de 12%.

Oliveira explica que a Inframérica já tem a experiência de Brasília, “que impactou bastante com a redução do imposto”. Lá, no primeiro vôo da Air France para Paris, em 31 de maio, a taxa de ocupação chegou a 95%. “A expectativa era operar com 70% e já estaria feliz no primeiro mês”.

No caso de Natal, continuou o diretor do consórcio administrador do Aeroporto Internacional Aluizio Alves, quando se fala em voos oriundos do exterior, não se aplica a redução do ICMS porque existem acordos bilaterais entre os países para isenção de impostos na ponta.

Porém, ele esclarece que a diminuição da alíquota do ICMS permitirá o aumento de vôos domésticos, melhorando a conectividade, pois é impossível operar vôo internacional ponto a ponto sem uma malha doméstica forte.

Roberto de Oliveira confirmou que a Inframérica também está concluindo um estudo sobre Natal, a fim de levar para a reunião do World Router, que anualmente ocorre em um país diferente e, este ano, vai ser entre os dias 20 e 24 de setembro, em Chicago, nos Estados Unidos.

“Estamos medindo o mercado, com base em bancos de dados internacionais, mensurando os destinos que têm mais capacidade, vamos montar um plano de negócio e visitar as companhias aéreas para captar vôos em reuniões com 25 companhias áreas”, acrescentou ele.

Por fim, ele disse que para atrair passageiros, é preciso ter atrativos econômicos para que as companhias aéreas possam vir e ter sucesso. Como a característica de Natal é de um turismo receptivo, as participações do trade turístico, da hotelaria e do Estado é necessária.

A secretaria estadual do Turismo, Gina Robinson, aproveitou para dizer, na reunião, que a mídia espontânea proporcionou um custo que nenhum Estado e nem o Rio Grande do Norte ou o pais, teria condições de fazer: “Agora, é a vez de se aproveitar essa oportunidade única e que esse “time” é muito importante, a gente não pode deixar isso cair no esquecimento”.

Gina Robinson disse, ainda, que o Ministério Turismo teve uma redução de 40% do orçamento, que os estados também vão sofrer. “O que a gente vai fazer nesse momento, fica muito difícil saber, porque a gente não sabe o que a gente contra pra fazer, por isso, estamos juntando forças, todas as nossas ações daqui pra frente serão em parcerias com o trade turístico, a única forma de poder viabilizar qualquer ação daqui pra frente”.

O presidente da Associação Brasileiras de Hotéis (Abih-RN), Habib Chalita, lamenta a falta de recursos para investimentos em turismo no Estado: “Isso é uma consequência, uma reação em cadeia, que tornou o turismo um setor secundário na atual gestão governamental, cada vez mais isso respinga no setor econômico da cidade, não adianta jogar um pano em cima dessa situação econômica” Para Chalita, existe uma justificativa do impedimento de gastos durante o período eleitoral, “mas se tivesse havido um planejamento antes, já se estaria colhendo frutos da nossa divulgação de ter colocado Natal na prateleira, o produto turístico foi aprovado, mas essa reunião do Conetur mostrou que o Estado não fez nada”.


Tribuna do Norte.