sexta-feira, 12 de julho de 2019

É Benes Leocádio um "traidor da classe trabalhadora"?


Por Wellington Duarte


Benes Leocádio é um santanense que fez carreira política partindo de um município, tendo sido eleito prefeito de Lajes em três ocasiões (1989-92, 1997-2004 e 2009-16), sendo que sua vida laboral se resumiu a um emprego de office-boy, trabalhando no cartório de Lajes em 1981 permanecendo até abril de 1983, quando a pedido do amigo e vice-prefeito à época Paulo Francisco de Albuquerque (já falecido) o então prefeito Edivan Secundo Lopes, o nomeou para o cargo de cargo de chefe do posto de identificação (ITEP) da Prefeitura de Lajes, vindo depois a ser auxiliar da tesouraria e posteriormente, secretário de finanças do Município no ano de 1987 a 1988. 

A visão de mundo de Benes pode ser medida por onde chegou a trabalhar, depois que deixou a prefeitura de Lajes: Secretário Adjunto, Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social do Rio Grande do Norte, a partir de 1995, no governo Garibaldi Filho; Secretário Administrativo na Assembleia Legislativa, sob a presidência de Leonardo Arruda Câmara e assessor de Aluízio Alves.

Benes, como manda a tradição do RN foi “ungido” para ser prefeito de Lajes e quando deixou o cargo em 1992, fez eleger seu sucessor, Secundo Lopes, que o apoiara em 1989, ou seja, a velhíssima forma de fazer política no interior do RN e sua ligação com os partidos políticos nunca foi uma marca, visto que passou pelo então PMDB, PP, PSDB, PTC e a sucursal da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o PRB, todos eles do espectro que vai centro-direita para direita.

Chamar Benes de “traidor” dos trabalhadores é, ao meu ver, INCORRETO, visto que sua trajetória política nunca esteve relacionada com a classe trabalhadora, bastando para isso ver suas atividades fora do Executivo, quando esteve dirigindo ou participando da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN); da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão Cabugi; e da Confederação Nacional dos Municípios.

Benes, defensor dos trabalhadores? Indagado, respondeu em entrevista logo depois de eleger-se deputado federal com mais de 125 mil votos em 2018, que se considera “(…) um homem que tem força, fé em Deus e que tenta cumprir a missão frente à atividade política e parlamentar na qual milito há mais de 30 anos” (https://www.prb10.org.br/noticias/entrevista-da-semana/benes-leocadio-intensificara-luta-por-pautas-municipalistas-na-camara-dos-deputados/) e quando perguntado sobre as bandeiras que defenderia na Câmara, disse que seria a bandeira do municipalismo, que fica à léguas das demandas sociais e sim das demandas institucionais dos prefeitos.

Benes, acredito eu, votou convicto de que a destruição da Seguridade Social vai “salvar as prefeitas” e, por tabela, o país e espera ser recompensado com esse voto, com a liberação de emendas para os “seus” municípios, olhando já para 2022, pois esta elite política, carcomida e anacrônica olha para o cidadão potiguar e só vê voto.